CD Para Sempre - Lenilton (Novo Som) & Amigos
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Músico revela seu lado produtor em novo projeto, gravado de forma independente.

Uma verdadeira seleção brasileira da música evangélica foi escalada para o CD Lenilton & Amigos, novo projeto do líder do grupo Rota 33 e ex-baixista do Novo Som. Inspirado em Quincy Jones – um dos mais talentosos e versáteis músicos de todos os tempos, mais conhecido por seu trabalho como produtor de Michael Jackson e da canção “We are the world” – Lenilton reuniu grandes nomes do meio gospel para interpretar sucessos que ele compôs para o Novo Som. São 13 faixas, sendo 11 regravações: “Acredita” (na voz de Leonardo Gonçalves), “Pra você” (Rose Nascimento), “Estou aqui” (Michael Sullivan e Jorjão Barreto), “Autor da verdade” (Álvaro Tito e L-Ton), “Nossa história” (Raquel Mello e Rota 33), “Elo de amor” (Rosanah Fiengo), “Pra não esquecer” (Jessica Hellen), “Venha ser feliz” (Rota 33), “Herói dos heróis” (Mattos Nascimento), “Para sempre” (Marquinhos Gomes) e “Escrevi” (Sergio Lopes).
Aos antigos sucessos, que ganharam novas e surpreendentes versões, somam-se duas faixas bônus inéditas: “O teu olhar está em mim” (Rota 33) e “Por alguém como eu” (Tríade, Grupo de Louvor da Igreja Nova Vida de Cascadura- Ministério É de Deus no Rio de Janeiro). Tudo sob a produção primorosa de Lenilton, que também atua no disco como músico e cantor. Numa época de tantas produções de qualidade e conteúdo bíblico duvidosos, o resultado de Lenilton & Amigos é uma vitória de goleada para a boa música evangélica. Na entrevista abaixo, Lenilton fala mais sobre o novo projeto – que está previsto para ser lançado no início do segundo semestre e pode virar um DVD – e avalia o cenário gospel atual. Como surgiu a idéia de gravar este álbum? Lenilton: Este é um sonho antigo que eu vinha adiando, pois, quando era componente do Novo Som, minha prioridade era o grupo. Acredito que quando se alcança um sucesso como o do Novo Som, não vale a pena enfraquecer seu trabalho e sua “assinatura” por um projeto pessoal, por mais legítimo que seja. Sempre enxerguei o grupo como uma cooperativa em que todos possuíam os mesmos direitos e deveres. E para se manter a saúde e a solidez de uma cooperativa, é preciso fazer sacrifícios. Por isso, fui contra a carreira solo do Alex Gonzaga na época e quase não compus para outros cantores. Agora já não vejo mais razão para não realizar o projeto. Foi difícil reunir tantos “craques” da música gospel? Lenilton: A maior dificuldade que encontrei foi agendar os artistas. Mas todos, músicos e cantores, foram muito solícitos. Acredito que muitos outros amigos gostariam de ter atuado neste CD, mas infelizmente algumas gravadoras gospel não liberam seus artistas para “qualquer” projeto, e algumas não liberam de forma alguma. Isso é um absurdo, ainda mais se tratando de gravadoras que se dizem cristãs.
Qual foi o critério de escolha dos convidados para as músicas?
Lenilton: Eu costumo observar o timbre, o feeling e a versatilidade do artista. Então, imagino a música como uma roupa, que precisa ter bom caimento e cores em harmonia entre si. A partir desse princípio, escolho os artistas e faço o convite. Acredito que um bom artista, seja ele músico ou cantor, é como uma Ferrari: o resultado final também depende muito de quem a dirige. Por exemplo: aproveitei o timbre potente e arrojado do Mattos Nascimento para colocá-lo cantando rock progressivo, e o resultado deu muito certo. Naturalmente, é sempre bom colocar “cada macaco no seu galho”, ou seja, um cantor de rock cantando rock, um de samba cantando samba. Mas gosto de redescobrir, explorar o potencial, a capacidade e o talento do material humano que tenho nas mãos.
O que o motivou a lançar um álbum em que atua como produtor?
Lenilton: Antes de ser compositor, eu já era músico e poeta. Depois me tornei compositor instrumental e comecei a tentar unir poesia com melodia. “Apanhei” bastante, mas insisti e acabei descobrindo meu próprio caminho. Então, comecei a sofrer influência de vários compositores, nacionais e internacionais. E entre tantas influências e motivações que tive como artista, desta vez me senti motivado a fazer um trabalho desse porte por um ícone da produção musical internacional chamado Quincy Jones. Se eu já tinha os ovos, ou seja, as músicas, por que não fazer a omelete? Guardadas as devidas proporções, estou dando o melhor de mim dentro daquilo que Deus me chamou e me capacitou para fazer. Creio que este trabalho trará um renovo para o meu ministério e para a vida espiritual de muitos. Como você define seu estilo de produção? Lenilton: Sou o tipo de produtor que gosta de fazer a música contar uma história, tanto instrumental como vocal. Isso significa segurar quando preciso segurar, e soltar quando preciso soltar.