*** ECUMENISMO 2 ***

A palavra ecumenismo “ecumene” (ecumênico, ecumenismo) provém do grego “oikoumene" e também do radical grego oíkos (casa, terra habitável, universo), e tem o sentido de universal. Tem a mesma origem etimológica como “ecologia”, “economia”, "ecossistema" e outros.

Na tradução grega do Antigo Testamento, o termo é usado para designar a salvação universal (Salmos, 16 vezes Isaías 14). No Novo Testamento aparece em (Lucas, Romanos, Atos). Sobre o aspecto político designa o império romano. Sobre a perspectiva cultural o mundo helenista, para a primeira cristandade a ecumene passa a ser vista o campo missionário. Depois o termo foi aplicado a toda a igreja difundida por toda a terra. Igreja toda, igreja católica, igreja universal. Ecumenismo quer a unidade da humanidade, e da sociedade, isso que o (CMI) sempre enfatizou.

O ecumenismo é uma expressão genérica que se refere a um conjunto de tendências e movimentos com a finalidade de reunir, sob as mais diversas formas, os vários ramos do cristianismo. Desde a separação entre as igrejas do Oriente e do Ocidente (Grande Cisma de 1054 até a Reforma Protestante do século XVI, em decorrências da qual surgem outras divisões como luteranos, anglicanos, calvinistas etc.

Houve tentativas de reconciliação. As divisões sempre existiram, já no Novo Testamento houve grupos sectários, ameaças de heresias e etc. Houve grupos como os gnósticos, pelagianas e outras. No âmbito protestante, por sua vez, as divisões se acentuaram durante o século XVII, e com a cisão no anglicanismo (termo médio entre o catolicismo de renovação de Jonh Wesley, que deu origem ao metodismo, no século XVII.

O ecumenismo que se busca hoje, ao contrário, promove uma união com base no que poderíamos chamar de “menor denominador comum” (usando terminologia matemática). Seus porta-vozes confundem a unidade dos verdadeiros crentes, como João a descreve (veja Jo 17.21-23), com a união de igrejas e organizações ou, ampliando ainda mais sua abrangência, com a união de todos os que de alguma forma crêem em Deus ou em alguma divindade.

Segundo o texto o ecumenismo tem por objetivo produzir a unidade cristã, pretende fazer visível a unidade que já existe em Cristo. O ecumenismo é promovido por diversos grupos e acontece em muitos níveis, por exemplo, ecumenismo eclesiástico, o dos movimentos, o de base e de cúpula, existe um ecumenismo prático e outro doutrinal um em liturgia outro em oração, espontâneo e outro organizado, a nível local, regional, nacional e internacional. Ecumenismo é um fenômeno multifaceado, e vários são os seus métodos, seus jeitos e sujeitos.

Apesar de promover boa causa, o ecumenismo encontra múltiplas resistências, provoca temores ameaças À própria identidade sofre suspeita de sincretismo e etc. Tudo quanto dissemos antes nos leva a refletir sobre o terceiro aspecto do ecumenismo: a sua relação com a missão evangelizadora da Igreja. O Concílio Vaticano II é mais claro do que nunca, quando confirma isto. No pensamento dos Padres conciliares, a Unitatis redintegratio é um texto que está intimamente ligado ao do Ad gentes, sobre a atividade missionária da Igreja.

Trata-se de dois momentos de uma única abordagem sobre o anúncio da Boa Nova aos homens do nosso tempo. Considerá-los como dois documentos autônomos, independentes um do outro, equivaleria a renunciar à compreensão do verdadeiro conteúdo e do autêntico alcance tanto do primeiro como do segundo. Ecumenismo segundo o texto cria comunhão, credibilidade, as brigas e desavenças internas perdem isso. As guerras acumulam culpas diante de Deus. Em sentido abrangente, ecumenismo persegue o objetivo da paz na terra.

Toda teologia na verdade é ecumênica relacionando-se com o passado teológico, da história da igreja. O conhecimento de Lutero e Calvino requer o estudo da teologia escolástica da Idade Média e da idade Antiga. Temos que considerar a história da igreja e outros continentes e outras entidades. Isto vale para a exegese, a dogmática, a teologia prática e todo fazer teológico.
O ecumenismo propõe unidade, convivência com o diferente, convivência pacífica.

Houve épocas que se achavam que o ecumenismo estava perto, a unidade das igrejas estava próxima, o que foi um engano, o caminho ecumênico se revelou como distante, pedregoso, difícil etc. Não é por isso que vem adesistencia, mesmo assim será possível viver a comunhão dos santos. O empenho para o ecumenismo tem a promessa da benção.

Um dos entraves continua sendo a dificuldade da definição dos objetivos do ecumenismo. Falta uma visão do que seja unidade. A mesma palavra pode ter sentidos diferentes. O termo “ecumenismo” é usado de maneiras diferentes em diversos contextos. Pode se referir aos movimentos que promovem “ecumenismo cristão”, fraternidade entre as religiões chamadas cristãs.

Algumas organizações procuram relações entre protestantes, outras entre católicos e protestantes, etc. Um sentido mais abrangente, chamado, às vezes, de macro-ecumenismo, representa movimentos para paz, tolerância e união entre as diversas religiões – católicos, protestantes, budistas, hinduístas, judeus, muçulmanos, etc. Os termos ecumene e ecumenismo necessitam de explicação, queremos unidade e a paz, mas como alcançar o objetivo?